Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Croton macrobothrys (Euphorbiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), foi registrada nos estados Alagoas (Nusbaumer 4530), Bahia (Borges 322), Espírito Santo (Grupo de Coletores do Núcleo Juçara 45), Minas Gerais (Amorim 5574), Paraná (Silva 6139), Rio de Janeiro (Marquete 4022), Santa Catarina (Klein 10539), São Paulo (Kuhlmann 2810).
Árvore de até 30 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por pau-sangue, foi coletada em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) de variadas altitudes associadas a Mata Atlântica nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catrina e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=774770 km², diversos registros depositados em coleções biológicas, inclusive com coletas realizadas recentemente, e ocorrência confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas com presença de extensões significativas de ecossistemas naturais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias, sendo considerada frequente na maior parte das localidades em que foi registrada. Não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua existência na natureza. Assim, C. macrobothrys foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza.
Descrita em: Adansonia 4: 332. 1864. Nome Popular: pau-sangue (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). "De acordo com especialista botânico a espécie: 1 - apresenta uso (madeira, frutos, paisagismo, etc). R.: Sim. Látex usando no combate de dores gengivais (Luca et al. 2014).; 2 - ocorre em Unidades de Conservação. R.: Sim. Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Parque Estadual Jaraguá, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra Bonita, Estação Ecológica Pau-Brasil, Parque Estadual da Serra do Mar, Reserva Ecológica Municipal de Macaé de Cima, Reserva Biológica do Tinguá, Reserva Biológica de Una, Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira, Parque Estadual das Lauráceas, Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel, Reserva Florestal de Porto Seguro, Parque Estadual de Carlos Botelho, Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, Estação Biológica de Boracéia, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual da Cantareira, Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, Reserva Biológica Federal da Pedra Talhada, Reserva Biológica Municipal da Serra do Japi e Parque das Neblinas. ; 3 - apresenta registros recentes, entre 2010-2018. R.: Sim; 4 - é uma espécie com distribuição ampla. R.: Não. Endêmica da Mata Atlântica; 5 - possui amplitude de habitat. R.: Sim. ; 6 - possui especificidade de habitat. R.: Não. ; 7 - apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional. R.: poucos dados de trabalhos florísticos e fitossociológicos.; 8 - em relação a frequência dos indivíduos na população. R.: A espécie é frequente nas áreas de ocorrência. No PARNASO, a população é abundante e ocorre em todas as fitofisionomias.; 9 - apresenta ameaças incidentes sobre suas populações. R.: Não.; (Maria Beatriz Caruzo, com. pess. 14/11/2018)."
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1 Annual & perennial non-timber crops | habitat | past,present,future | national | very high |
A área relativamente grande ocupada por categorias de uso do solo como pastagem, agricultura e solo descoberto, e a pequena área relativa ocupada por floresta em estágio avançado de regeneração revelam o alto grau de fragmentação da Mata Atlântica no Sul-Sudeste da Bahia (Landau, 2003; Saatchi et al., 2001). Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000 ha de cobertura florestal (Paciencia e Prado, 2005), 40.000 ha em estágio inicial de regeneração e 200.000 ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau, seringa, piaçava e dendê (Alger e Caldas, 1996). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciencia e Prado, 2005), sendo a cabruca considerada a principal categorias de uso do solo na região econômica Litoral Sul da Bahia (Landau, 2003). Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004; Saatchi et al., 2001). De acordo com Rolim e Chiarello (2004) os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Criado em 1985, o monitoramento feito pelo Atlas permite nesta edição quantificar o desmatamento acumulado em alguns Estados nos últimos 30 anos. O Paraná lidera este ranking, com 456.514 hectares desmatados, seguido por Minas Gerais (383.637 ha) e Santa Catarina (283.168 ha). O total consolidado de desmatamento identificado pelo Atlas desde a sua criação, que não incluiu alguns Estados em determinados períodos, chega a 1.887.596 hectares. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present,future | national | very high |
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões; Lino, 2003). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada em: Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Parque Estadual Jaraguá, Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra Bonita, Estação Ecológica Pau-Brasil, Parque Estadual da Serra do Mar, Reserva Ecológica Municipal de Macaé de Cima, Reserva Biológica do Tinguá, Reserva Biológica de Una, Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira, Parque Estadual das Lauráceas, Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel, Reserva Florestal de Porto Seguro, Parque Estadual de Carlos Botelho, Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, Estação Biológica de Boracéia, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual da Cantareira, Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, Reserva Biológica Federal da Pedra Talhada, Reserva Biológica Municipal da Serra do Japi e Parque das Neblinas (Caruzo, M.B. com. pess., 2018). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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3. Medicine - human and veterinary | natural | |
Látex usando no combate de dores gengivais (Luca, et al. 2014). | ||
Referências:
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